sexta-feira, 29 de abril de 2011

Me tornei uma mentira.

Hoje estava lembrando-me de tudo que um dia fui, da garotinha do passado, da garotinha que um dia te teve aqui. Estava lembrando-me de como era divertida e só sorriso, me lembrando de como tudo era fácil e não tinha motivos para ficar triste. Me lembrando de você, e de como você me entendia. Só que eu tentei voltar a ser o que era, e no meio de tentativas, lágrimas rolaram pelo meu rosto, aquela garotinha tinha ficado no passado, ela não existe mais. Agora é só vazio, e eu deveria ter deixado você no passado também. Mas passei a viver uma mentira. 
Nunca me disseram que para amar alguém, você precisa saber amar, se amar primeiro, e acima de tudo ter uma droga de paciência. Bom, eu não tenho paciência para tentar entender-te, tentar entender qual é a hora que você vai vir falar comigo ou não, se você vai ligar-me ou não, se você quer conversar ou não, se você esta falando a verdade ou não, se você finge amar-me ou não, se você me quer ou não. Eu não tenho paciência, eu não tenho paciência para o amor, eu não tenho paciência para a paciência. Por que você não tenta se resolver, para depois vim tentar resolver o que a gente tem juntos? Se é que a gente tem alguma coisa juntos.

sábado, 23 de abril de 2011

"Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha.Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada.Fabrício Carpinejar.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

[...] ela estava perdida em seus pensamentos, estava perdida em seu passado. Perdida em quando ela sorria com toda sinceridade, quando ele estava lá para enxugar todas as suas lágrimas. Ela olhou ao seu redor e viu a solidão, viu que sua vida estava resumida em dormir, acordar e dormir. Ela estava perdida em livros, achando que no meio de tantos sentimentos de papel poderia criar alguma realidade, só que ela estava enganada. E isso estava impedindo o seu maior sonho - o sonho de ser feliz.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sinto saudade de quando sua voz era minha música preferida.

Ele: Posso roubar seu coração?
Ela: Não.
(silêncio)
Ela: Porque você já o possui.
O problema é que você se cansou de tudo. 
De mentiras, de promessas que jamais foram cumpridas, de fotos rasgadas, de lembranças doloridas. O problema é que você perdeu tanto tempo com sentimentos de papel que agora fica difícil saber o que é real.

sábado, 9 de abril de 2011

Não é sobre você

Esse texto não é sobre você. Não é sobre nós. Esse texto é sobre mim e esse vazio aqui no meu peito. Eu não sei como eu deixei que as coisas chegassem a esse ponto, eu realmente não sei onde eu fui capaz de me esvaziar de tudo, e ficar assim oca, vazia de sentimentos. É assim que estou, é essa garota que eu vejo quando me olho no espelho. Todas as coisas que antes me faziam feliz, hoje já nem me importam mais. Todas as pessoas que estão aqui, estão tentando ajudar uma garota que não existe mais. Eu não sou mais a mesma, não é por opção e sim por precisar. Eu precisava esvaziar-me, isso estava queimando dentro de mim. Agora estou aqui, olhando para essa droga de computador, me perguntando aonde errei? Com uma puta dor na coluna e com meus olhos se fechando de sono. Olha a que ponto chegou, nem as lágrimas caem mais. Estou com pena, pena de mim.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Meu reflexo

Apenas respire. Foi tudo o que o reflexo da garota que eu não reconheço ao espelho disse. Apenas respire, ela repetia. Seus olhos estavam borrados e sua maquiagem escorrida pelo rosto. Ela se olhava como se não a reconhecesse, mas seus olhos eram tão conhecidos. Quem era aquela garota que precisava tanto de um abraço? E entre tantas lágrimas ela falou para si mesma "Amanhã é outro dia, vai passar. Sempre passa". E ela estava certa, poderia doer agora, mas passaria. Como sempre passa, como todas as coisas tem um começo, um meio e um fim. Embora essa dor já habitava seu coração há muito tempo, eu repeti para ela "Vai passar".