sábado, 23 de julho de 2011

Havia tanto amor

De longe eram vistos como um casal de melhores amigos, às vezes eram vistos como um casal de namorados, tantas e tantas vezes como desconhecidos. Ninguém sabia que ali havia tanto amor, nem mesmo eles sabiam que poderiam se amar tanto. Ela tinha tantos sonhos, queria viajar, conhecer o mundo, ser médica, ter uma casa pequena com um jardim enorme e um casal de filhos. Ele queria ficar parado, ter uma casa grande e não ter filhos. Ela sonhava o mais alto possível, ele mantinha os pés no chão. Ela era barulho, ele era silêncio. Ela queria ser tudo para ele, ele apenas queria ser o necessário para ela. Talvez poderiam dar certo, quem sabe até casariam, teriam uma linda casa, filhos e ele cantaria para ela enquanto ela em seu colo ficava ocupada demais observando as expressões de seu rosto. Ela faria brigadeiro e eles veriam filmes de terror durante a noite, ela o abraçaria com medo e ele a protegeria. Ele roubaria beijos dela quando ela ficaria brava e ela morreria de ciúmes todas as vezes que alguma mulher muito mais bonita que ela se aproximasse dele. Ele ouviria suas loucuras e riria de suas piadas sem graça, suportaria o seu mal humor e respeitaria o seu silêncio. Ela jogaria vídeo game com ele e suportaria seu bafo de cerveja, faria o jantar para seus amigos chatos e respeitaria seu tempo de curtir. Levariam as crianças para passear no parque e comprariam um cachorro para elas, curtiriam os finais de semana sozinhos e sairiam de fininho para ir ver as estrelas. Seriam um casal diferente, ela o amava, ele também, poderia ter dado certo. Mas não deu, talvez o culpado seja o destino ou talvez sejam eles que não sabiam o quanto se amavam. Podem dizer o que quiser, mas naquele casal de melhores amigos, namorados ou desconhecidos havia tanto amor. Tanto nele quanto nela.

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