domingo, 5 de fevereiro de 2012

Lágrimas

Eu chorei; chorei porque ao olhar para o passado eu não reconheço aquela garotinha, chorei porque por mais que dizem que ela está aqui dentro do meu peito implorando para sair, eu sei que ela não está; eu a matei, eu a matei porque ela era apenas uma garotinha tola que achava que o mundo era perfeito e eu havia crescido. E eu chorei por tê-la matado, eu chorei porque as flores das quais você disse que eu era feita, murcharam. Chorei porque o sorriso que você achava infantil e inocente e o seu predileto sumiu, chorei porque as palavras doces e sonhadoras se transformaram em gritos de dor, em choros sufocantes, em lágrimas cortantes. Chorei porque você a amava e quando eu a matei, você deixou de me amar, chorei porque ninguém é capaz de amar uma assassina. E depois que as lágrimas se foram com a garotinha ingênua que você tanto amava, eu nunca mais chorei, porque eu deixei de amar, esperar, querer, sentir, sorrir; isso morreu junto com ela, ela não existe mais.

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